Igualdade de gênero quer dizer igualdade de direitos entre homens e mulheres. Quando se fala em chegar à igualdade, significa falar sobre a necessidade de reduzir e acabar com as discriminações que afetam a vida das mulheres.
A igualdade faz parte dos direitos humanos porque é necessária para garantir uma sociedade mais justa, com oportunidades iguais para todos. A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) considera que ela é indispensável para que o mundo tenha cada vez mais desenvolvimento e menos conflitos.
Alcançar a igualdade de gênero é tão importante que essa meta faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento previstos pela ONU (Organização das Nações Unidas), a serem alcançados até 2030.
No ranking mundial da igualdade de gênero, o Brasil ocupa a 95ª posição. Veja quais são os 10 países considerados mais igualitários.
A igualdade de gênero no Brasil
O caminho para chegar à igualdade é acabar com as desigualdades. No entanto, no Brasil os índices de desigualdade entre homens e mulheres ainda são bastante altos. Conforme dados da ONU, as condições de vida de uma mulher no país ainda estão distantes do que o órgão considera como ideal.
Igualdade no trabalho
Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados em 2018, no Brasil as mulheres ainda recebem aproximadamente 25% a menos do que os homens quando executam o mesmo tipo de trabalho ou função.
O desemprego também atinge mais as mulheres do que os homens. Enquanto cerca de 10% dos homens estão desempregados, para as mulheres esse percentual ultrapassa os 13%.
Em relação à ocupação de cargos de chefia em grandes empresas, os dados também são bastante desiguais. Somente 7% dessas vagas são ocupadas por mulheres.
Violência e assédio sexual
Os dados sobre a violência também chamam atenção. Conforme as Nações Unidas, a cada 7 minutos uma mulher é vítima de violência (doméstica ou sexual) no país e, por isso, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking dos países com maior número de homicídios de mulheres.
O assédio sexual também é um problema presente no país, podendo ocorrer em qualquer ambiente. Quando acontece nos ambientes de trabalho, entre superiores hierárquicos e funcionárias, pode gerar situações de grande constrangimento.
Para ajudar a solucionar essa questão, desde 2018 a conduta foi incluída no Código Penal e o assédio agora é considerado crime.
Para saber mais sobre a violência contra a mulher, leia também: O que é feminicídio? e Lei Maria da Penha.
Na escola e na educação
A desigualdade de gênero pode se manifestar bem cedo, ainda no período de acesso à educação escolar. Conforme a UNESCO, cerca de 54% das crianças que não chegam a frequentar a escola nas séries iniciais são meninas.
Em razão disso, o Plano Nacional de Educação do Brasil (PNE) determina que devem criadas políticas públicas para diminuir a evasão escolar. O texto do Plano destaca que a discriminação racial, de gênero e de orientação sexual são fatores que contribuem para que as meninas deixem de ir à escola.
O mesmo documento também prevê que as escolas devem incluir disciplinas que ensinem as crianças sobre a importância da educação para a igualdade de gênero.
A ONU determina que a chegada à completa igualdade de gênero é diretamente vinculada ao acesso à educação. Isto é, a desigualdade de gênero só pode ser combatida com acesso justo e igualitário à formação escolar e universitária.
Se quiser conhecer mais sobre o assunto, leia sobre as políticas públicas na educação.
Representatividade na política
A quantidade de mulheres que ocupam os cargos políticos também é considerada insuficiente, sendo outro ponto que merece atenção dos governos na aplicação de políticas públicas de diminuição de desigualdades. Na média brasileira, as mulheres ocupam apenas 15% dos cargos políticos disputados no país.
Para tratar dessa situação, a Lei Eleitoral brasileira (lei nº 9.504/1997) prevê que os partidos devem reservar no mínimo 30% das vagas de candidaturas para mulheres.
Reconhecimento no esporte
A desigualdade de gênero no esporte também é bastante comum e pode se destacar mais ainda em esportes que são tradicionalmente mais praticados por homens. O esporte é considerado um importante meio de inclusão, por isso, diminuir a desigualdade de gênero nesse seguimento também é importante.
Um bom exemplo da desigualdade nesse setor é o caso das seleções de futebol feminino, que não costumam receber o mesmo destaque. Nos esportes em geral, ainda é comum que existam diferenças entre os salários pagos aos atletas homens e às atletas mulheres.
Você também pode querer ler: Desigualdade social no Brasil e O que é inclusão social?
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